domingo, novembro 12, 2006

A Batalha de Castelo Rodrigo em azulejos

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Encontrei este texto e as fotos na página do Palácio Fronteira, que tem uma colecção de azulejos, sobre a Guerra da Restauração.

Dados Específicos

Província :Beira
Local :Beira
Data Inicio :1664-6-7
Data Fim :1664-6-7

Descrição

Único episódio bélico da Sala das Batalhas que teve lugar na província da Beira e não no Alentejo (ou na sua proximidade), foi um episódio mais relevante no âmbito da guerra de entradas que caracterizava a acção nessa província. A guerra consistia em incursões destrutivas em território inimigo, feitas com maiores ou menores forças, tornando muito penosa a vida das populações de ambos os lados da fronteira e impossibilitando a sustentação de guarnições mais numerosas. Assim, no ano de 1664 o vaivém das penetrações evoluiu para um confronto de forças mais numerosas em campo aberto. O duque de Osuna, comandante das forças filipistas na região de Castelo Rodrigo saíra de Ciudad Rodrigo com três mil infantes, mil cavalos e sete peças de infantaria, furtando ou queimando as "novidades" durante sete dias, regressando depois a Ciudad Rodrigo. Em resposta, Pedro Jacques de Magalhães marchara com 2500 infantes e 400 cavalos para queimar a povoação de Sobradillo, retirando-se sem oposição. A disposição da vingança (o termo é de D. Luís de Meneses) do duque de Osuna foi o de juntar quatro mil infantes, 1700 cavalos e 9 peças, aparecendo frente a Castelo Rodrigo a 3 de Julho, terra que apenas possuiria uma muralha antiga e uma guarnição de 150 homens. Formou baterias e iniciou aproches, preparando a sua conquista. Entretanto, Pedro Jacques apelou à reunião de todas as forças de auxiliares e de ordenanças da região, juntando 2500 infantes, 500 cavaleiros e duas peças, mas escassamente municiados. As forças portuguesas eram insuficientes para tentarem romper o quartel do duque de Osuna pelo que os homens de Pedro Jacques dirigiram-se à serra de Morofa, onde chegam na manhã do dia seis. Entretanto, o duque de Osuna dava ordem para assaltar a praça o que, conjugando-se com a percepção do cansaço das forças "castelhanas" e com o receio de que recebessem reforços, impeliu a uma rápida decisão. O comando português resolveu tentar o socorro e surpreendeu o inimigo. O choque inesperado terá sido decisivo. Tudo indicia que o duque de Osuna não tinha previsto a hipótese de se ver atacado antes de Pedro Jacques receber os reforços das forças que haviam participado na campanha do Alentejo. A primeira ordem foi a de pôr fogo às trincheiras e aproches e isso terá acentuado o movimento de fuga. O duque de Osuna abandonou ingloriamente, disfarçado, o campo de batalha, onde terão ficado 1200 mortos e o equipamento do exército atacante, assim como o seu cartório. Porventura, Osuna tinha em vista com esta acção sobre Castelo Rodrigo – tal como propôs considerar Rafael Valladares – tentar convencer o governo de Madrid a deslocar, face aos desastres verificados na Extremadura, a guerra do Alentejo para a Beira. Com efeito, a Beira tinha escasso número de soldados pagos e podia eventualmente aparecer como uma via alternativa para atingir Lisboa. Esta derrota frente a Castelo Rodrigo encerrava essa possibilidade. [Fernando Dores Costa]

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